segunda-feira, 25 de abril de 2016

#34

Um condomínio de bom nível, casas amplas e não muito perto umas das outras.
Bastante agua e um campo de golfe imenso.

A portaria liga pra moradora e informa que tem uma entrega de flores no portão.
Recebem a autorização e me deixam ir em frente.

Vou seguindo as orientações do GPS e é claro que a rua fica quase no final do condomínio.
Estaciono o carro, tiro as flores e a minha inseparável prancheta do carro, ando até a porta e toco a campainha.

Ouço passos e já sei que não vou deixar na porta da casa (e também que o piso não é carpete...).

A porta abre e uma mulher dos seus 40 e tantos anos, morena, num vestido meio largado abre a porta.
Pelo cartão sei que são flores de aniversário, mas não vejo um sorriso naquele rosto.

Dou os parabéns, peço a assinatura de recebimento no canhoto, entrego o vaso e ajudo a fechar a porta dado que as mãos dela ficam ocupadas com o vaso pesado.

Olho pra baixo e entendo o possível motivo daquela falta de animo: uma tornozeleira eletronica no calcanhar esquerdo...

Confesso que fico meio sem ação, sem saber o que fazer.
Nunca tinha visto ninguém usando o tal aparato.

Ainda bem que a porta já tinha se fechado...

#33

Um começo de tarde quente, fora dos padrões dessa época do ano.

Vai doer, mas preciso escrever: quis o destino ... rs rs rs
... que a entrega fosse num prédio quase a beira mar. No caso basta atravessar a rua!

O nome de quem recebia as flores não tinha o numero do apartamento.
Tá facil...

Mas já tinha aprendido que em todo prédio tem um lugar para o correio deixar as cartas e em cada buraco consta o nome do proprietário. Tá fácil, de verdade!

Era uma senhora e consegui identificar o sobrenome mesmo com tanta maresia corroendo as placas.
5 apartamentos em cada um dos 2 andares.

Hum, apartamento 4, ali naquela porta, quase no final do corredor, obviamente.

Toco a campainha e espero um pouco. Ninguém responde.
Bato na porta e espero um pouco. Ninguém responde.

Deixo as flores na porta da casa e vou embora pra próxima entrega.

Mais tarde volto pra floricultura e vou ouvir a estória dessa entrega.

O apartamento que eu deixei as flores é do filho da senhora.
Quem mandou as flores foi a filha da senhora, no celular de quem eu deixei a mensagem que as flores haviam sido entregues.

Até aí, sem problemas já que o filho chegou em casa um pouco depois e viu as flores.
Ele precisava urgentemente ir ao banheiro e nem fechou a porta do apartamento.

Quando ele voltou as flores não estavam mais lá.
Ele subiu um lance de escada e foi procurar a mãe, que não estava em casa.

Ao mesmo tempo a filha ligou pra ver se a mãe tinha gostado das flores.
Mas ela não havia recebido ainda...

A filha liga pra floricultura e dá a maior bronca, diz que entregamos errado ou mentimos sobre a entrega... liga pro irmão pra contar a estória e ele diz que viu as flores, que deixou no chão do corredor mas quando saiu do apartamento as flores não estavam mais lá.

A filha liga novamente pra floricultura, dessa vez pra pedir desculpas mas que queria que entregassem novamente, já que a mão não havia recebido.

A mãe chega em casa e o filho sobre pra conversar com ela sobre as flores.
Ficam falando no corredor até que o vizinho abre a porta, olha pra mãe e diz:

- ainda bem que voce chegou... estava chegando em casa e vi flores na porta da casa do seu filho.
Peguei e trouxe pra casa, já que alguém podia passar e roubar essas flores tão bonitas!
- mas como voce não estava em casa resolvi guardar aqui até voce chegar. São lindas!